quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Sonhos roubados:



Tão pequeno quanto à inocência do seu coração. Tão puro que não falava nenhuma linguagem humana. Ainda se comunicava com a língua dos espíritos, com os cheiros e toques. Ainda não havia qualquer outro sentimento na sua razão que só pedia para estar perto de alguém que não sabia o nome, mas sabia que era a mais confiável. Na sua linguagem se chamava “centro do universo”.
Aos poucos seus olhos aceitaram a luz do mundo e seus ouvidos começaram a decifrar códigos de sons que formavam um sentido que dava razão a gestos nas expressões humanas. Parecia ser uma comunicação e como era incrível a enorme sensação de prazer que seu corpo tinha em brincar de decifrar estes códigos.
Aos poucos não havia algo melhor a fazer, todos os dias novos formas de códigos surgiam para serem decifrados pela sua mente que crescia a cada dia, e seus sentidos do próprio corpo que encontravam e superavam novos limites todos os dias.
Com uma carga de códigos guardados em sua memória, que lhe permitia gerar códigos também: era seus pensamentos pequenos e medrosos, sempre deixando que alguém o guie neste novo universo. Pois agora aprendera para quer servia os códigos: para geram um equilíbrio de convivência entre vários outros seres que estava naquele mesmo lugar.
Quanto mais vida, mais sabedoria para gerenciar os códigos.
Com conhecimento era possível descrever o que seu corpo sentia o que seu coração temia.
95% da psicologia e dinâmicas relacionadas ao desenvolvimento de um ser humano usado pelos pais têm base na geração do medo e da imposição de suas vontades. Isso se baseia em querer que os filhos façam algo sem explicar-lhes as razões de tal coisa. Como conseqüência de um erro, uma forma encontrada para gravar tais informações na memória das crianças, é variada formas de castigos.

O ser humano é complexo, cada um com a sua mentalidade. Por tanto em cada um gerasse um efeito diferente quando aplicado as dinâmicas. Acontece que o que não é avaliado por muito é que cada movimento, cada timbre de voz, cada reflexo das marcas deixadas pela aplicação de um castigo geram códigos que trazem um efeito influente que cresce ao passar dos anos fazendo parte da personalidade de um ser humano adulto.
Estamos falando de gritos; falar sem olhar nos olhos; elogiar em horas erradas; criticar em horas erradas; deixar que se apegue a coisas não avaliadas; deixar de avaliar seu comportamento em variados momentos e etc.
Cientistas comprovam que aos sete anos se conclui a etapa dos costumes futuros de um ser humano.
Na etapa seguinte os códigos já não têm importância, pois são comuns mas existes outros mais profundos que apenas 95% dos seres humanos são capazes de enxergá-los: estão entre vaidades, desejos, e objetivos não explicados.
Imagine que alguém deseja ser médico. Como ele deve saber se é isso mesmo o que deseja sem ao menos conhecer todos os pontos? Dai entra a vaidade dizendo: você vai ser conhecido, respeitado, vai ter dinheiro, paz, felicidade. E a humildade diz: você vai ajudar muita gente, as pessoas gostarão de você. E a pergunta é: quem se lembrou de avisar que nesta profissão é preciso ter coragem? Quem lembrou que nesta profissão há muitos riscos de contaminação com doenças malignas e pestes incuráveis? Quem avisou que (fatos mais que não quero comentar para não causar efeitos de dramas) em fim é honroso e raro um verdadeiro medido existir. Ao que ouvimos muito em todos os lugares: médicos desonestos; médicos ruins; médicos mal-educados; médicos em greve ( porque em greve? Os mesmos não se dedicaram com o mesmo pensamento: ajudar pessoas ?)
Um estudo inédito realizado na USP mapeou as causas da evasão no ensino superior. A pesquisa constatou que quase metade dos estudantes que desistem da graduação teve problemas no momento da escolha. Por pressões dos pais, por falta de informação sobre a faculdade ou sobre o mercado, 44,5% dos alunos acabam abandonando o que era seu sonho de realização profissional e se tornou a opção errada.
Outros 30,7% desistem por não gostarem da estrutura do curso que ingressaram. Depois, seguem os insatisfeitos com o mercado de trabalho e com a profissão, que somam 13,4%. Os que desanimam por razões pessoais --como problemas familiares, financeiros, afetivos-- são 10,5%. Menos de 1% é motivado a largar a faculdade por não se adaptar à cidade em que ela se localiza.
Para a professora Yvette Piha Lehman, autora da pesquisa que defendeu como tese de livre docência, uma alternativa para as universidades evitarem o abandono é oferecer atendimento e orientação profissional. Ela coordena o Serviço de Orientação Profissional do Instituto de Psicologia da USP. "Do total dos alunos que passaram pela orientação, 73% conseguiram clarear os motivos da crise e não desistiram do curso", afirma.
"A consciência da dinâmica facilita o jovem a não ficar paralisado. Ele tem de sustentar uma escolha e paixão. Precisa sentir que está crescendo e não achar que saiu perdendo ao fazer a escolha."
No trabalho, 180 jovens que estavam em crise ou desistiram do ensino superior foram entrevistados. Deles, 85 eram de universidade pública e 95 de universidades particulares. Todas as entrevistas aconteceram entre 1996 e 2002, e a pesquisa foi apresentada por Yvette em setembro.
No Serviço de Orientação Profissional e Vocacional da Unesp de Araraquara, a realidade é praticamente a mesma, segundo a psicopedagoga Maria Beatriz de Oliveira. A coordenadora afirma que, apesar de ainda não ter estatísticas, a prática mostra que o principal motivo da desistência é mesmo a escolha malfeita.
"Há várias causas. Uma delas é a falta básica de informação condizente com a realidade." Por isso, a professora organiza uma feira de profissões com dados sobre o curso e o mercado.
Quando acontece
Yvette constatou que, quando a desistência acontece no início do curso, está relacionada diretamente à escolha. "Outros motivos são a dificuldade de se adaptar às exigências e aos professores e à mudança do ensino médio para o superior", afirma.
Já quando os jovens se decepcionam no decorrer da graduação --por volta do quarto e do sexto semestres-- é porque começaram a se questionar sobre o sentido da profissão. "A angústia é maior, pois eles já se envolveram com boa parte do curso. Nessa hora, eles buscam maior certeza com o que vão se comprometer."
No final do curso, de acordo com a tese, as questões são mais objetivas e se referem ao mercado de trabalho, à busca de emprego.
De onde parte tal decisão? Notasse na maioria dos casos que os estudantes seguiam confiantes na escolha de suas profissões desde o inicio da adolescência no ensino fundamental.
Depois dos modelos de famílias como: Família Aristocrática (séc. XVI e XVII); Família Camponesa (séc. XVI e XVII); Família Burguesa (séc. XIX) e Família da Classe Trabalhadora (Revolução Industrial) temos a família contemporânea, que é oriunda da família burguesa, é denominada por POSTER (1979), como neo-burguesa.
Nota-se uma certa indiferença dos pais em relação aos filhos. Os pais têm mais complacência e empatia deixando os filhos criar seu próprio ritmo (ARIÉS 1981). Os valores burgueses foram intensificados na contemporânea, porém, algumas mudanças na sociedade refletem a situação da família contemporânea, como por exemplo a valorização da mulher no mercado de trabalho, a divisão das responsabilidades, nas funções dos papéis sexuais e do casamento, a violência urbana, união de homossexuais, preconceitos, os movimentos políticos e ideológicos. Todas essas mudanças começaram na família burguesa e criaram força para nortear a família contemporânea. A família com o tempo deixou de ser anucleada e passou a ser nucleada (ARIÉS 1981).
Passando para a família contemporânea, vemos uma distorção do que é imaginado como característica dessa família. Imaginava-se uma família contemporânea, com características da burguesa, fosse um núcleo unido, porém, estudos mostram que houve uma mudança nessa perspectiva. GOLDSCHEIDER & WAITE (1991), relatam a quebra do modelo de família tradicional onde o pai é quem se responsabiliza por trazer o dinheiro da casa e a mãe fica arrumando a casa e cuidando dos filhos, esses por sua vez são dependentes dos pais. O estereótipo se desfez e com ele a relação dos pais com os filhos mudaram.
A universidade de Trinity em San Antônio no Texas, EUA; mostra-nos alguns números coletados nos lares norte-americanos comparando o núcleo familiar nas décadas de 60/70 com o núcleo familiar da década de 90, veja algumas diferenças significativas:
Em 1970, 85% das crianças menores de idade moravam com os pais; na década de 90 esse número caiu para 70% núcleo familiar tradicional (citado anteriormente) tem porcentagem menor que 10% na década de 90 enquanto que na década de 60 esse número era cinco vezes maior
Atualmente, 45% das famílias americanas são compostas por mães solteiras e sustentam a casa sem qualquer auxílio
Esses são alguns números que mostram a direção que tomou a família contemporânea, diferente daquela perspectiva feita através dos relatos das transformações da família.
Os sentimentos e os caminhos
O que se gera é a relutância de alguém que busca seus próprios valores na sociedade. Ao não conseguir obter pelas próprias mãos, resta-lhes recorrer a fatores e ferramentas que promovam seus valores e delimitem seus status: resta-lhes ser aparentemente alguém de respeito e valor, mesmo com sentimentos mal compreendidos pelo fato de não serem todos os que conseguem se auto-avaliarem. Os objetos e ferramentas atualmente geralmente são: carros, moda, escolhas de carreira profissional, tom de voz, conhecimentos, estabelecimento de poderes, dons e virtudes mascaradas.
Geralmente as pessoas acabam seguindo caminhos avaliados superficialmente e cedo de mais, não sobrando tempo para avaliar verdadeiramente o seu caráter e suas verdadeiras possibilidades de seguimento de caminhos, o que não seria nada fácil ou imediato
São milhares de tipos de profissões a serem pesquisadas no mundo e cada uma revela uma cultura diferenciada com seguimentos padrões de cada lugar assim também como é grande a avaliação a ser tomada entre fazer o que gosta e fazer o que é preciso fazer na sociedade. Afinal nem todos podem ser médicos pois nem todos se adaptam a sangue assim como nem todos podem ser policiais. Pesquisas não foram feitas para avaliar quanto tempo levaria para estudar basicamente todas as profissões do mundo.
No final de tudo muito são guiados por vaidades. Mal sabem eles que tiveram os sonhos roubados e influenciados por muitas coisas ao seu redor.